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MESTRE ANDARILHO/ PEREGRINAÇÃO

Este painel de azulejos evoca a obra literária Peregrinação, escrita por Fernão Mendes Pinto no século XVI. Está integrado na fachada do Fórum Cultural Romeu Correia, no centro da cidade de Almada.

Aqui podes fazer uma visita guiada a este monumento de arte pública. Assiste ao vídeo.

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A OBRA

Sobre esta obra de arte pública, materiais utilizados e opções estéticas do autor.

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O TEMA

Sobre Fernão Mendes Pinto e a Peregrinação

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O LOCAL

Sobre a localização da obra e o seu espaço envolvente.

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RECURSOS

Disponibilizamos materiais de apoio aos professores e bibliografia.

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O AUTOR

Sobre Rogério Ribeiro, o autor deste monumento de Arte Pública.

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A OBRA

A OBRA

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Autores: Rogério Ribeiro

Inauguração: 1997

Materiais: Azulejo

Dimensões: 24m x 6m 

MESTRE ANDARILHO/PEREGRINAÇÃO

O painel de azulejos foi realizado na tradição do azulejo azul e branco português, pontuado por intervenções de uma gama de cores ocres e rosa, que realça elementos compositivos e confere ritmo à sequência. Os azulejos foram produzidos na Fábrica Viúva Lamego entre fevereiro e julho de 1997.

É de salientar a colaboração entre diferentes áreas disciplinares: pintura, cerâmica e arquitetura, de todo o conjunto.

Aspetos da fase de preparação e realização do trabalho estão documentados na publicação de 1998 coordenada por Rogério Ribeiro Mestre andarilho: painel de azulejo em homenagem à peregrinação de Fernão Mendes Pinto, que pode ser consultada no centro de documentação da Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea.

 

A leitura deste painel de azulejos é feita da direita para a esquerda, acompanhando assim o movimento de quem entra no Fórum.

A composição faz-se em oito panos contínuos (secções verticais), cujos títulos são: Partida; Caminho; Desesperança; Peregrinar; Embaixadas; Festa; Máquina do Mundo; Esperança Ainda. Cada um dos panos encontra-se, por sua vez, repartido livre e irregularmente em três ou mais cenas.

A Partida surge em atmosferas ambíguas e insubstanciais, num ambiente poético onde se pontuam uma casa, o rio e linhas fumegantes, evocativo de um mundo interior, da sensação de abandonar para um lugar novo. o Caminho é percorrido com sofrimento, no meio de trabalhos e perigos, onde a esperança e iniciativa anteriores se convertem em derrota. Em Desesperança sobressai a tortura e a dor em imagens de corpos desnudados, reduzidos à condição de condenados, aludindo ao muitos dos companheiros de viagem contados por Pinto, que não sobreviveram. Peregrinar fragmenta-se em seis cenas, alusivas a diversos episódios que mostram a submissão de uns homens a outros. As Embaixadas reúnem, em cerimónia oficial, diplomatas, bichos, máscaras, panejamentos e oferendas, com personagens que anunciam já a Festa. Aqui há mascarados e bailarinos sobre os quais cai uma chuva de flores. No painel final, localizado já no nártex de acesso ao Fórum, dá-se o encontro entre o pintor e o escritor: o segundo narra as suas viagens, enquanto o primeiro escuta, atento, de pincel na mão, tendo como pano de fundo várias cenas referentes a histórias e figuras dos relatos. Nas duas secções de cima, a Máquina do Mundo é fragmentada em dezasseis pequenas zonas recheadas de motivos; sendo de novo o céu do rio que cobre o regresso.

Não sendo um painel ilustrativo da obra de Pinto, trata-se de uma interpretação do artista da amálgama de conto e testemunho da obra literária à qual se pretende fazer homenagem.

Iconograficamente, observam-se múltiplas evocações: de partida, viagem, sofrimento, sonho e ilusão, força e fraqueza humanas, medos e coragens, submissão e revolta, desmotivação e esperança, vida e morte, solenidade, festa. Cada momento suscita tipos de vibração emocional.

Assim, apesar de confinamento a um tema central, a visão é prismática: as cenas autonomizam-se e notam-se alternâncias tonais. Isto contribui para um sentido descritivo abrangente que impele à descoberta visual.

Em termos formais, as figuras são traçadas sem pretensiosismo técnico por meio de expressivos e harmoniosos contornos azuis, desenho que remete para o imaginário poético da própria viagem.

A disposição e organização dos elementos no espaço pictórico confere um ritmo pulsante, muito musical, que sublinha o onirismo de toda a cena.

Um olhar pelo concelho chama a atenção para outras duas obras em homenagem a Fernão Mendes Pinto e à Peregrinação. Uma é a estátua Fernão Mendes Pinto, da autoria de António Duarte; outra é o mural Evocação de Fernão Mendes Pinto, de Francisco Bronze e Jorge Pé-Curto. São ambas no Pragal, onde morou e escreveu nos últimos anos da sua vida.

O LOCAL

O LOCAL

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Aqui podes conhecer melhor a localização da obra e o seu espaço envolvente.

PRAÇA DA LIBERDADE,
ALMADA 

Em frente à obra há uma grande praça pública – a Praça da Liberdade, aberta a sul sobre o relvado do parque urbano Comandante Júlio Ferraz. Ao longe vê-se o rio Tejo, a base naval do Alfeite e, em dias claros, a serra da Arrábida. Esta zona manteve-se rural até perto do final do século XX. Só na década de 1970 começou a ser urbanizada, sendo posteriormente alvo de beneficiação.

Na praça destaca-se o edifício do Fórum Municipal Romeu Correia, cujo nome é uma homenagem ao escritor e atleta almadense. Este edifício, que apresenta o painel de azulejos na fachada, é um projeto do arquiteto João Lucas e foi inaugurado em 1997. Fruto de canalização de fundos por parte da autarquia, engloba a biblioteca central da rede municipal de bibliotecas, o auditório Fernando Lopes Graça (um grande compositor musical português) e a sala Pablo Neruda (escritor e político chileno). Trata-se, assim, de um importante centro cultural do concelho, que atrai diariamente dezenas de visitantes. A própria localização central do edifício contribui para que o painel de azulejos não passe despercebido ao comum transeunte.

Centro Cívico do Fei

Fotografia: Catarina Pé-Curto

AUTOR

O AUTOR

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Aqui podes conhecer melhor o autor desta obra.

ROGÉRIO RIBEIRO / ARTISTA

Nascido em Extremoz, concluiu a sua Licenciatura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Ao mesmo tempo que desenvolve trabalhos, inicia a sua carreira de docência, primeiro na Escola de Artes Decorativas António Arroio e, mais tarde, na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Foi sócio-fundador da Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses (1956), onde desenvolveu intensa atividade como gravador. Desde cedo ligado ao movimento neorrealista português, através do qual marca presença em diversas exposições coletivas e individuais, acaba por se abrir a outros horizontes temáticos. A sua obra integra o desenho e a pintura noutras modalidades artísticas, como a cerâmica, a tapeçaria, a azulejaria e o design gráfico. Quanto ao tipo de suporte da obra aqui focada, tem experiência quer na criação de ritmos puramente decorativos, como na Estação de Metro da Avenida, em Lisboa, quer no figurativo, como neste caso.

O seu aparecimento na cena artística e gestão cultural do concelho de Almada foi precursor de vários desenvolvimentos, tendo o artista sido fundador da primeira Galeria Municipal de Arte Contemporânea, e sido responsável pelo projeto Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea, importantíssimo polo cultural do concelho que dirigiu a partir de 1993 e que guarda atualmente um Centro de Documentação e Investigação com o seu nome.

O TEMA

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Aqui podes conhecer melhor o protagonista deste painel de azulejos.

FERNÃO MENDES PINTO E A PEREGRINAÇÃO

Fernão Mendes Pinto nasceu em Montemor-o-Velho, entre 1510 e 1514. Partiu jovem para o Oriente, onde viveu as aventuras que inspiraram o seu livro Peregrinação. Este foi terminado depois de regressar, entre 1570 e 1578. Nesse período e até morrer, em 1583, viveu no Pragal, um lugar do concelho de Almada não muito longe da vila. Aqui desempenhou dois cargos importantes: foi Juiz da vila de Almada e Mamposteiro (tesoureiro) do Hospital de São Lázaro.

 

A Peregrinação foi publicada 31 anos após a morte do seu autor. Relata, na primeira pessoa, a viagem de Pinto pelo Extremo Oriente entre 1537 e 1558. 

É composta por 226 capítulos e pode estruturar-se em cinco partes. A primeira teria a ação dominada pelo ‘’eu’’ na sua desgraça e desfortuna; a segunda vê a direção dos acontecimentos a partir da figura de António de Faria; a terceira movimenta-se em torno de um ‘’nós’’, grupo de aventureiros que peregrina; a quarta concentra-se sobretudo em notícias sobre histórias e costumes dos povos extremo-orientais; na quinta entra em cena o missionário jesuíta Francisco Xavier.

TEMA

​À DESCOBERTA DA ARTE PÚBLICA

HISTÓRIA

CIDADANIA

TERRITÓRIO

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